Projecto de Conservação Cuatir

É um caso de amor

"O meu caso de amor com o Cuatir começou com um voo ao final da tarde sobre esta área em Dezembro de 2012. Estava a deambular pela vasta paisagem angolana, voando num Cessna Caravon. A minha missão era mapear o território para um plano de turismo em elaboração em nome do governo angolano. Vi um enclave no rio abaixo e imediatamente procurei qualquer sinal de populações humanas na área, uma vez que aprendi que este é um excelente indicador da vida selvagem que se encontra numa área. Não havia aldeias, "não havia nada" e eu não conseguia acreditar no que os meus olhos viam.  

Durante 21 anos como conservacionista, piloto e operador de charters, vi muitas áreas onde a natureza selvagem de África foi dividida num mosaico de manchas para uso agrícola. Como não conseguia ver nenhum vestígio de atividade humana na área, sabia que valia a pena visitar este lugar.

Cuatir_angola_uncharted_safari_treetop_ camp

De volta à nossa base em Menongue, consultei o Google Earth e os meus antigos mapas portugueses do interior angolano. Sem estradas, sem acesso, sem cidades, nada, o que me serviu bem! Aluguei um helicóptero e um piloto e fomos de imediato para aquela área. Lembro-me do piloto se ter trancado no helicóptero, pois esperava que algum animal selvagem viesse buscá-lo e o comesse ao pequeno-almoço! Enquante ele se escondia, eu fiz rapidamente uma breve viagem de reconhecimento e colhi também algumas amostras de solo e capim para analisar posteriormente num laboratório em Windhoek. 

No caminho de volta ao helicóptero, vi os rastros de quatro antílopes que fugiram quando nos aproximamos da área. Os rastros eram grandes, com 11cm de comprimento. Isto indicou-me imediatamente que seriam de palanca-vermelha ou palanca-negra e nesse momento tomei a minha decisão: eu iria dedicar-me a proteger uma das últimas verdadeiras áreas selvagens em Angola!  

Devido a outras obrigações comerciais, levamos quatro anos para fazer o primeiro reconhecimento da área em terra, colocar toda a papelada em ordem e começar com o desenvolvimento de um campo de investigação e um acampamento no bosque para hóspedes. E assim nasceu o Projeto de Conservação Cuatir." - Stefan van Wyk

Atualmente, Cuatir é uma área de conservação desenvolvida com cerca de 40.000 hectares. Temos um acampamento base com seis chalés premium, catering para safaris fly-in e self-drive e um acampamento na mata para visitantes que desejem experimentar a solidão e a vida selvagem dessa maravilha natural. 

As astividades incluem rastreio da fauna selvagem com um guia San, um passeio de carro pela imaculada floresta de savana numa moto 4x4, um cruzeiro de barco no rio Cubango (um dos afluentes que contribui para alimentar o Delta do Okavango) ou um cruzeiro de canoa no rio Cuatir, em busca da tímida e rara Sitatunga que usa as ilhas do rio Cuatir como seu lar. Aqui poderá experimentar o jantar com vista para as planícies aluviais de Cuatir a partir da sala de jantar ao nível da copa das árvores, no topo de uma duna de areia, construída numa velha árvore de Girassonde.

Algumas das espécies ameaçadas na Área de Conservação de Cuatir

Consideramo-nos privilegiados por estar na sua presença